10/09/2016 até 30/10/2016
METAMORPHOSIS IV - MARCO GIACOMELLI
Arte é transformação em vários
níveis. É uma linguagem em constante evolução, cujas regras de sintaxe são
simultaneamente enraizadas no respeito pelas referências históricas e na
rejeição da zona de conforto representada por essas mesmas tradições.
Artistas contemporâneos
encontra-se, muitas vezes, em um estado de fluxo permanente, o qual garante que
as perspectivas sobre o mundo ao seu redor estejam sempre em evolução. As vezes
pequenas, às vezes grandes, mas sempre significativas, essas mudanças, as investigações
que provocam e as obras que inspiram podem fornecer uma visão íntima da
experiência de transformação – que, literalmente, define a existência do
artista, mesmo que por um breve momento.
Metamorphosis IV representa a
jornada de três anos de Marco Giacomelli que transcende o visível e celebra o
desenvolvimento de uma linguagem visual inovadora que potencializou a sua
partida das interpretações representacionais do mundo ao seu redor. E exposição
reúne, pela primeira vez, os trabalhos de sua trilogia/; sobre águas –
tangível/intangível – bambu, outras perspectivas, três viagens inspiradas pelo
ambiente natural único de sua ilha natal de Santa Catarina.
De natureza inerentemente
modular, as obras nunca são apresentadas na mesma maneira ou configuração. Esta
exposição marca a quarta mutação. Cada exposição é um renascimento, uma
perspectiva inteiramente nova sobre os elementos que leva em conta o novo ambiente
que habitam – um estudo sobre o poder da justaposição e interdependência para
modificar a percepção. Como um indivíduo em um novo ambiente, cada obra
involuntariamente revela facetas anteriormente desconhecidas de seu ser,
transformando a interpretação e alterando a pertinência de formas até então
inexploradas e inesperadas.
Escolher investigar o poder da abstração em trabalhos que versam sobre paisagens não reflete de maneira alguma a rejeição de conteúdos visualmente explícitos. É simplesmente uma celebração tanto do palpável quanto do imponderável do permanente e do efêmero, com base nas experiências emocionais e sensações instigantes despertadas pelos parâmetros em questão. No fim do dia, o único limite do poder de abstração em revelar uma verdade pessoal pertinente é a nossa imaginação.
Scott Macleay - curador